CASE BREAST 4.0 – FUNDAÇÃO CHAMPALIMAUD  

De acordo com a Liga Portuguesa Contra o Cancro, o Cancro na Mama é o mais comum entre as mulheres. Em Portugal, anualmente, são detetados cerca de sete mil novos casos. 

Destes, cerca de 80% são propostos para cirurgia conservadora, o tratamento mais comum no qual é removido o tumor e não a totalidade da mama.  

Muitos cancros da mama são diagnosticados em estados precoces de desenvolvimento, não sendo palpáveis. Isso significa que os cirurgiões dependem totalmente dos exames de imagiologia (como mamografias, ecografias e ressonâncias magnéticas) para localizar os tumores a remover.  

Esta tarefa é complexa, já que as imagens recolhidas nos diferentes exames complementares adquirem diferentes formas e volumes: por exemplo, nas mamografias a mama é comprimida e nas ressonâncias o exame é efetuado de barriga para baixo. Já na cirurgia, as doentes são operadas de barriga para cima. Por tudo isto, poderá ser difícil para o cirurgião deduzir com exatidão a localização real do tumor.  

Por outro lado, antes da cirurgia, a localização do tumor precisa de ser marcada fisicamente nas doentes, sendo para isso necessário recorrer a métodos invasivos que causam dor e ansiedade. 

E se o cirurgião conseguisse ver o tumor “dentro” da paciente, na intervenção cirúrgica, através de óculos realidade aumentada?  

Foi este o ponto de partida do projeto BREAST 4.0, desenvolvido pela Fundação Champalimaud que contou com a parceria da NextReality 

O desafio de recorrer a esta solução tecnológica foi levado a cabo por Pedro Gouveia, cirurgião da Unidade de Mama do Centro Clínico Champalimaud e pioneiro neste método que em janeiro de 2020, juntamente com uma equipa do Centro Clínico Champalimaud, testou com sucesso uma forma não invasiva e 100% digital de localização de tumores malignos da mama em tempo real, durante a cirurgia. 

Através deste método, foram fundidas, num único modelo 3D da paciente, imagens de ressonância magnética do tumor com imagens da superfície do tronco dessa mesma doente obtidas com um scanner 3D, utilizando algoritmos especiais de “fusão”. 

Depois de produzido o modelo 3D, a NextReality deu seguimento seu telecarregamento para os óculos de realidade aumentada Hololens, que permitiram que o cirurgião, ao colocar os óculos no bloco operatório, sincronizasse o modelo com o tronco da doente, observando o “interior” do seu corpo, nomeadamente a localização do tumor, o seu tamanho e forma.  

As soluções existentes a nível tecnológico com a Realidade Aumentada na área da saúde são inúmeras e permitem uma melhoria dos cuidados cirúrgicos, reduzindo o tempo de espera, dos procedimentos e o risco de erros e lesões.  

SAIBA MAIS SOBRE ESTA SOLUÇÃO 

Artigo The Breast aqui  

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